Mobilização dos estudantes pela internet e agilidade do DCE evitaram um prejuízo maior aos estudantes Com uma atitude unilateral a reitoria da UCS suspendeu, no dia 15 de fevereiro, as impressões nos laboratórios de informática da UCS. Essa atitude enfureceu uma grande parte dos estudantes, que mobilizaram-se, principalmente através do Orkut, promovendo um abaixo assinado e protesto virtual. Paralelamente a isso o DCE marcou uma reunião com a reitoria para discutir a situação. Na reunião foi entregue um abaixo assinado com mais de 3000 assinaturas repudiando ação da Universidade.
Essa reunião aconteceu no dia 21 de fevereiro na Sala dos Conselhos, no Bloco A. Estiveram presentes coordenadores e diretores do DCE, representantes dos DAs de Publicidade e Propaganda, Biologia e Engenheria Química, além de estudantes de Arquitetura, Tecnologias Digitais e Agronomia. Por parte da Reitoria fizeram-se presentes o Pró Reitor Financeiro, Gilberto Chissini, o Pró Reitor Acadêmico Evaldo Kuiava, e o Reitor em exercício, José Carlos Köche.
Ao invés da reitoria explicar os motivos do cancelamento das cotas de impressão ela abriu a palavra aos estudantes. O coordenador de finanças, Vinícius Postali e o coordenador de assistência estudantil, Paulo Ferreira, fizeram uso da palavra dizendo que a reação dos estudantes ao corte nas impressões foi muito ruim, “estamos sempre correndo atrás do prejuízo”, enfatizou Vinícius. Paulo também falou quando foi feita a discussão sobre o descontos das licenciaturas o DCE se dispôs a discutir a adequação financeira com a reitoria “mas a entidade não foi chamada para isso”, afirmou o dirigente.
Ao fazer o uso da palavra o Pró Reitor Acadêmico tentou justificar a nova norma. Para ele havia abusos e mau uso do sistema de impressão. Kuiava também disse que na sua opinião imprimir (textos, slides, etc.) não necessariamente tinha objetivo acadêmico. Ele até disse, sem ter mostrado, que havia e-mails elogiando a atitude da reitoria.
O Pró Reitor Financeiro, Gilberto Chissini, ponderou, sem mostrar números também, que a Universidade necessita fazer cortes orçamentários (e as cotas de impressão seriam um deles), para poder manter o equilíbrio financeiro da instituição.
A ação unilateral da UCS foi duramente questionada. Na opinão dos acadêmicos faltou diálogo por parte da instituição e a reitoria resolveu resolver um problema pontual com uma penalização coletiva. “Foi como o professor punir a turma toda por que um aluno fez bagunça”, citou um estudante presente.
Outros acadêmicos questionaram as afirmações da reitoria. O estudante de Arquitetura, Emanuel, falou sobre o uso dos Ploters pelos estudantes e da dificuldade de muitas vezes usar os computadores do Campus 8 pois eles são muito obsoletos.
A presidente do DA de Engenharia Química, Juliana, questionou a afirmação do Pró Reitor que imprimir material não é importante. Ela citou que em diversas disciplinas os professores postam exercícios ou conteúdos que são acompanhados durante as aulas. Falou também que várias disciplinas utilizam-se de tabelas e que o bloco (G/V) nem laboratório de informática tem.
A mesma crítica foi compartilhada pelo presidente do DA de Publicidade e Propaganda, Cesar, que falou das dificuldades de acessar os laboratórios do CETEL já que eles são salas de aula. E as críticas continuaram vindas dos estudantes de Biologia e Agronomia presentes.
Como alternativa para as impressões o Pró Reitor Acadêmico apresentou um convênio que a UCS está firmando com uma biblioteca de e-books. Segundo ele isso evitaria ter que usar impressões, pois todos os alunos teriam uma senha para acessar o sistema. Isso evitaria, também, segundo o professor, os polígrafos que muitas vezes ferem direitos autorais e a UCS algumas vezes é questionada por isso.
Essa foi uma iniciativa que foi elogiada pelos presentes, mas todos levantaram vários questionamentos. Primeiro, não são todos os estudantes que tem notebook, ou computador, então ainda não é uma ação universal. Segundo, muitos laboratórios de computação da UCS tem equipamentos tão antigos que não dão suporte para essa tecnologia.
O colega Jean Baú, Coordenador de Extensão, solicitou os relatórios de uso de impressões pelos alunos. Já o Coordenador de Pesquisa, Lucas de Oliveira, apontou que os professores devem utilizar mais o Ambiente Virtual de Aprendizagem, AVA. Segundo ele a implantação e manutenção do AVA gerou e gera custos para a instituição e não utilizar o sistema é como desperdiçar dinheiro.
Para a acadêmica de Serviço Social, Daniela Anunciação, coordenadora de Combate às Opressões do DCE, está havendo um retrocesso principalmente político na instituição que não debate com os estudantes antes de tomar decisões que impactem sua vida acadêmica. “Temos muitas ideias, nessa reunião mesmo surgiram várias alternativas para evitar a suspensão total das cotas de impressão”, afirmou Daniela. A acadêmica ainda defendeu a retomada das cotas, 25 por crédito até que se elabore outra alternativa.
Depois de mais de duas horas de reunião foi apresentada uma proposta de criação de um grupo de trabalho para analisar a política de cotas de impressão. Esse grupo se reunirá na próxima quinta-feira (24/02) e decidirá como será daqui para frente. Alguns compromissos estão estabelecidos:
- Uso de impressões necessárias para fins acadêmicos estão mantidas (ex. plotagem);
- As impressões de monografias, TCCs e relatórios de estágio não se alteram
- Esse grupo de trabalho acompanhará, durante o ano inteiro, o andamento do volume de impressões.
Ao final da reunião foi entregue ao reitor em exercício o abaixo assinado com as mais de 3000 mil assinaturas recolhidas pela internet. O chefe de gabinete do reitor, José Carlos Monteiro, admitiu que para toda a ação há uma reação, “e essa [o abaixo assinado] foi a reação dos estudantes, temos que levar isso em conta”, afirmou.
Na parte da noite foi feita uma conversa com os estudantes que estavam presentes no Centro de Convivências. Agregaram-se estudantes de História, Moda e Estilo, Sistemas de Informação e Filosofia. Foi dado um relato sobre a reunião da tarde. Os estudantes também tiveram espaço para reivindicar melhorias em seus locais de estudo, principalmente o Campus 8.
Ficou decidido, também, que se fará uma reunião com os DAs do Campus 8 para discutir as dificuldades estruturais específicas daquela unidade.
Agradecimentos a Daniela Anunicação que fez o relatório que fundamentou essa matéria